Famílias, Presente, Passado e Futuro

Quem sou, de onde vim, para onde vou? São perguntas filosóficas e psicanalíticas com as quais todos nós, em algum momento de nossas vidas, já nos deparamos. O importante não é tanto a resposta, mas a reflexão que ela nos proporciona. Seja qual for, ela nos remete também ao nosso núcleo familiar, que, por sua vez, nos remete à nossa família extensa, tios, avós, primos e toda a nossa ancestralidade.

Somos como somos por termos sido determinados, em grande parte, pela nossa estrutura psíquica forjada em nossa família. E isto não quer dizer apenas pelos laços sanguíneos, pois sabemos que eles não são suficientes para garantir os laços de afeto. E tanto faz a forma como a família se constitui: pelo casamento tradicional, união estável, hetero ou homoafetiva, socioafetiva, poliafetiva, monoparental, adotiva etc..  Nossa força, nosso existir, nossa felicidade, ou infelicidade está diretamente ligada a esta estruturação psíquica que começa pela família.

Nossa história, nossos afetos, nossas boas e más memórias  vão além do núcleo pai/mãe filhos. Estão ligados a uma memória ancestral, uma cadeia de símbolos e significantes, que às vezes nem percebemos o quanto são importantes. Somos constituídos por nossos afetos, como dizia o filósofo holandês,  de origem judaico-portuguesa, Spinoza. Foi para aviventar essas memórias e esses afetos que, no dia 30/04/2023, fizemos o “Encontro da família na Fazendinha”.  

Júlia, Ricardo, Carla, Rodrigo, Ana Maria, integrantes da comissão organizadora do Encontro.
O Encontro reuniu mais de cem pessoas, vindas de várias partes do Brasil

Fazendinha é o nome íntimo, quase um código secreto, para a fazenda Bandeira, de origem de nossa família materna, cerca de 3 Km da cidade de Abaeté. Todos tinham histórias e memórias daquele lugar.  Foram mais de cem pessoas, vindas de várias partes do Brasil.  Dá trabalho organizar uma festa assim, mas o prazer do encontro é infinitamente maior que o trabalho. A comissão organizadora, que foi também mentora da ideia do encontro (Ana Maria da Cunha Pereira Melgaço, Carla Rabelo, Júlia Teodoro, Ricardo Dayrell, Matheus e Rodrigo da Cunha Pereira) trabalhou intensivamente. Os ascendentes comuns a todos que lá estiveram eram nossa bisavó Mariquinha ( Maria da Conceição Morato) e avô Jacinto da Costa. Eles viveram no início do século XIX e geraram 11 filhos, como se pode ver na árvore genealógica elaborada pela comissão.

É muita gente! Muitos ficaram se conhecendo ali, naquele encontro. Estávamos, e estamos , todos irmanados nesse afeto que circulou e circula entre nós. Para além do prazer do encontro, da festa, da alegria, fica a memória e a constatação que esses vínculos familiares são importantes e podem ajudar a cada um de nós a entender melhor um pouco mais de si mesmo ao se conectar com o passado, o presente e, principalmente, poder olhar melhor para o futuro.

Rodrigo da Cunha Pereira

Advogado, Mestre e Doutor em Direito Civil, autor de vários livros em Direito de Família e Psicanálise, e filho de Abaeté.

4 thoughts on “Famílias, Presente, Passado e Futuro

  1. Em tempos áridos e de transições,
    os afetos são nutriçao e forca inspiradora para todos!
    Familia é o lugar dos afetos: os bons e os maus, nao importa,
    Pois afetos gerammovimentos!
    Um encontro como este , certamente ocasionou muitas reflexoes, sentimentos e sobretudo GRATIDÃO 🏵️

  2. Participar deste encontro familiar arquitetado pelo carinho desta equipe maravilhosa foi um grande prazer e alegria, revisitar lembranças geradas num lugar comum de afeto e abraçat e beijar pessoas queridas , conhecer novas gerações tão lindas deixou meu coração revigorado e muito feliz…Obrigada a todos !

  3. Esse encontro significou muito para mim, Abaeté era a cidade onde eu passava minhas férias quando criança e podia desfrutar do amor de minha querida Vó Nininha, da Baba e de todos os parentes do meu lado materno. Vovó sempre muito carinhosa e atenta sempre fazia questão de nos levar na casa de todos os seus familiares. A missa aos domingos, a passada na casa da Tia Nicota depois da missa, as idas ao cinema com a Baba, as badaladas do sino da igreja as 18 hrs ou para anunciar a morte de alguém… a casa do Tio Tonho e Tia Maria, da Tia Teresa, da Derly e Aloísio e a casa da Maria Rabelo eram visitas certas e sempre muito agradáveis!
    Memórias eternas!
    Gratidão a toda a comissão organizadora por esta grande festa e por revivermos tantos afetos que como tão bem definiu o Rodrigo, nos trouxe o passado, o presente e nos remete a um futuro cheio de significados e memórias!

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