Abaeté, uma cidade que começou como vanguarda

No segundo do­mingo de novem­bro de 1842, uma celebração eucarística mar­cou a inauguração do “Ar­raial Novo de Nossa Senhora do Patrocínio do Marmelada dos Olhos d’Água”. Erguido por um movimento liderado pelos fazendeiros Antônio Te­odoro de Mendonça, Capitão Davi José Pereira e Capitão Pedro Alves de Souza, há 182 anos, o arraial se resumia a uma capelinha coberta de palhas, onde hoje é a Matriz de Nossa Senhora do Patro­cínio, as primeiras casas em volta e uma venda.

Elevada a paróquia em 1864, com a construção de nossa primeira matriz, a Vila de Nossa Senhora das Dores do Marmelada foi emancipa­da em 1º de janeiro de 1.873, época em que tinha quase 17 mil e 700 Km2 e englobava os atuais municípios de Pai­neiras, Biquinhas, Morada Nova, Cedro, Quartel Geral, Dores do Indaiá, Estrela do Indaiá, Tiros, São Gonçalo do Abaeté e São Gotardo.

Nessa época, ganhou o primeiro Plano Diretor, antes mesmo de ser elevada à ca­tegoria de cidade e receber o nome de Abaeté, o que só ocorreu em 05 de novembro de 1877.

Aprovado na sessão de 22 de novembro de 1873 da nossa primeira Câmara Mu­nicipal, este plano determi­nava a implantação, localiza­ção e denominação das três praças principais do centro da vila: Largo da Matriz (atu­al Praça Manuel Saint’ Clair), “Largo da Alegria” (mais tar­de rebatizado como Praça Santos Dumont e, atualmen­te, Praça Dr. Amador Álvares / Prefeitura) e “Largo do Co­mércio” (que já foi conhecida como Praça Rui Barbosa e homenageia hoje o médico e ex-prefeito Dr. Canuto).

Segundo informações do livro “História de Abaeté”, de José Alves de Oliveira, o pri­meiro plano diretor determi­nava também a largura das ruas em “50 palmos” e a altu­ra mínima de “16 palmos” pa­ra os pés direitos nas casas a serem construídas.

Em entrevista publicada na edição de dezembro de 2017 do Nosso Jornal, o saudoso Haroldo César de Oliveira declarou: “Há tantos anos atrás, já pensaram nesse planeja­mento! Abaeté cresceu com ruas de nove metros de largura, pas­seios de três metros, aveni­das de 14 a 15 metros. É uma cidade pequena e as pesso­as se perdem fácil, porque é tudo igual, tudo quadra­dinho, bem traçado. É uma cidade bem querida, todo mundo vem e encabula com Abaeté, porque estamos dis­tantes, quase fim de linha, e as pessoas encontram, mais do que uma cidade, um povo ordeiro e acolhedor”.

Matéria publicada na edição de dezembro de 2017 do Nosso Jornal – com atualizações

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