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Cedro do Abaeté é tema de obra inédita

Primeira Santa Missa em Cedro do Abaeté, sem data

Um mergulho profundo na história esquecida das riquezas minerais e da ocupação territorial dos rios Indaiá e Abaeté acaba de ganhar forma com o lançamento do livro “Nova Lorena Diamantina: História e Memória de Cedro do Abaeté”, de autoria do médico e pesquisador Dr. Pedro Henrique de Almeida Andrade. Nascido em Cedro do Abaeté em 1995, Dr. Pedro Henrique é formado em Medicina pela UFMG e já possui uma sólida trajetória na publicação de artigos nas áreas de Geriatria, Ética Médica e Medicina do Esporte. Agora, volta-se à sua terra natal para registrar uma parte essencial da história de Minas Gerais.

O autor, Dr. Pedro Henrique, na fazenda de Sant’Anna, ao lado das ruínas de um Cruzeiro levantado em 1881.

Com 627 páginas distribuídas em 56 capítulos, a obra traz um estudo inédito sobre a ocupação do território desde o período pré-colonial, passando pelos primeiros sesmeiros, a presença militar nos Quartéis de Cavalaria e, principalmente, a intensa atividade de extração diamantífera que marcou a economia e a cultura da região.

Entre os destaques está a análise sobre o lendário Diamante do Abaeté, considerada a maior pedra preciosa encontrada nas Américas até 1792, e sobre a descoberta de outras gemas notáveis, como a localizada pelo garimpeiro Isidoro de Amorim no Rio Indaiá, em 1799. Segundo o autor, parte dessas pedras permaneceu em estado bruto por mais de dois séculos, sob a guarda do Tesouro Real português, reforçando a importância estratégica da região no contexto da mineração colonial.

Homens lavando o cascalho. Rio Indaiá
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O livro também desvenda a formação de grandes fazendas entre os séculos XVIII e XIX, que impulsionaram a fundação de diversos povoados, entre eles Córrego Danta, Estrela do Indaiá, Serra da Saudade, Dores do Indaiá, Quartel Geral, Abaeté, Cedro do Abaeté, Tiros, São Gotardo, Paineiras, Biquinhas, Morada Nova de Minas e São Gonçalo do Abaeté. Além de apresentar documentos inéditos sobre as conexões políticas e sociais da época, o autor revela indícios de uma possível relação entre a influente Família Beltrão e o Alferes Tiradentes, no contexto do Quartel Geral do Indaiá.

Garimpeiro no Rio Indaiá, com os instrumentos de lavagem do cascalho.

Outro tema fascinante abordado na obra é a surpreendente longevidade dos roteiros sertanistas do século XVIII, como o famoso roteiro “Gameleira e Três Irmãos”, que, segundo relatos, teria sido deixado por um guia veterano durante o descobrimento das minas de Pitangui e continuou a ser utilizado por garimpeiros até a década de 1970.

Homem observa se há diamantes no cascalho. Ao lado, o garimpeiro segura a peneira depois acabou de lançá-la na banca. Cedro do Abaeté, Rio Indaiá

Além das rotas oficiais, o livro explora as redes de contrabando de diamantes, em especial a atuação clandestina ao longo da Picada de Goiás, revelando uma complexa rede de exploração marcada por controle estatal, extravios e formas de resistência popular.

Com um olhar atento e embasado em documentação original, Dr. Pedro Henrique convida os leitores a revisitarem essa rica e, por vezes, esquecida história, essencial para entender a formação cultural, econômica e social de Minas Gerais e do Brasil.

Fazenda de Sant’Anna, construída em 1812. Residência do Sargento-Mor José de Deus Lopes e depois de seu genro, o Barão de Indaiá.

Lançamentos confirmados:
📍 Belo Horizonte: 29 de maio, às 19h30, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.
📍 Cedro do Abaeté: 12 de junho, em evento especial na cidade natal do autor.

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