Programação da Semana Santa em Abaeté fará parte do ICMS Cultural

As celebrações da Semana Santa em Abaeté foram registradas junto ao Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), para integrar um programa de incentivo à preservação do patrimônio cultural e ao turismo da fé no estado. A secretária municipal de Cultura, Vera Arruda, está enviando dados, imagens, vídeos e documentos ao governo estadual, comprovando a legitimidade da manifestação para a história e cultura do nosso estado. “Abaeté está alinhada com as políticas estaduais de cultura, turismo  e gestão de patrimônio cultural, podendo participar de iniciativas regionais e estaduais que favoreçam a economia criativa, a geração de renda e a qualidade de vida da comunidade”, acredita Vera.

O grande destaque das celebrações da Semana Santa este ano em Abaeté foi a encenação da Paixão de Cristo, realizada dia 07 de abril, na Praça da Prefeitura, numa promoção conjunta das paróquias Nossa Senhora do Patrocínio e Bom Pastor.  “A encenação é uma forma de vivenciarmos mais profundamente a espiritualidade da Paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é razão e centro da nossa fé”, ressalta o ministro da Eucaristia, coordenador da Pastoral da Comunicação (Pascom) na Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, Netinho Vilela. Ele coordenou o grupo de voluntários que se dedicou ao máximo nos ensaios, para emocionar e levar o público a uma reflexão sobre Jesus. “Graças a Deus, deu tudo certo! O sentimento que nos resume é de gratidão.  Sem a união de cada uma dessas pessoas, nada seria possível… e esta é a mensagem que fica para que seja colocada em prática todos os dias em nossas vidas: unidos em Cristo formamos uma grande família!”

Este ano, a encenação contou com apoio do ator e dramaturgo Brenu Melgaço, fundador da Escola de Artes Cidade Menina. “Dentro deste grupo encontrei pessoas providas de grandes dons artísticos, generosas e muito entregues, com uma paixão pura pelo que propõem, e isso é de uma imensa nobreza”, declara, muito satisfeito por ter contribuído com o repasse de recursos técnicos à tradicional encenação. “Estou recebendo uma devolutiva em alta estima das pessoas que estavam presentes, e isso realmente é o que me alimenta enquanto um fazedor de cultura, e desperta um novo olhar para nossa cidade de Abaeté”.

Dentre os atores e atrizes voluntários, muitos participaram pela primeira vez da encenação da Paixão de Cristo. É o caso de Joselaine Paula, que integrou o grupo de mulheres que choraram o martírio de Jesus. “Sempre achei muito emocionante ver todo o sofrimento que Jesus passou. Mas fazer parte da encenação teve um sentimento muito maior. O amor que Ele nos dedicou, o perdão e a emoção de Nossa Senhora, tudo isso fez nossas lágrimas rolarem no rosto. Foi mais que um aprendizado de amor, foi silenciar o coração pela crucificação e dor de Jesus. Agradeço aos amigos e companheiros que fizeram parte deste projeto, que foi tão lindo”, diz.

Gabriela, que participa há algum tempo da encenação, conta que todas as vezes se emociona muito. “É um sentimento inexplicável que acontece no dia mesmo. As cenas se tornam reais, e conseguimos sentir um pouco do que Jesus passou e as dores que sua Mãe Maria sentiu… Eu gosto bastante desse sentimento e de poder estar participando e ajudando no teatro do grande amor que Deus tem por nós! Pois foi para nos libertar que Ele morreu na cruz!”

E Robson, que representou Jesus, ressalta que é sempre muito gratificante e nada fácil representar uma cena que aconteceu há mais de dois mil anos e até hoje causa grande emoção nas pessoas. “Para nós, fica o mais belo exemplo de Jesus, servidão e humildade. Não somos profissionais, não vivemos de encenar. Mas estamos sempre dispostos a melhorar, a buscar aprimorar, aprendendo sempre com as críticas que chegam de forma presencial, ou via mídias sociais. Nosso intuito é sempre de transmitir a mensagem, fazer com que a notícia da Boa Nova narrada por Nosso Senhor chegue até outros corações, principalmente para aquelas pessoas que ainda não O conhecem”.

Robson pondera que, “a cada ano que passa, se torna mais difícil essa busca por evolução, mas, enquanto estivermos com disposição, iremos anunciar esse Jesus que vence a morte. Esta é a grande notícia. Vivemos a sexta feira com muito respeito, admiração e gratidão, na certeza que, no domingo, Ele vencerá a morte e ressurgirá de forma triunfal para habitar no meio de nós. Assim, a mensagem principal que fica é que podemos, sim, ser igreja que caminha a passos largos em busca da salvação. Podemos, sim, ter muitos jovens comprometidos com os ideais de Cristo, que buscam e acreditam que a salvação está em um homem que morreu há mais de dois mil anos. Sim, Ele vive e está no meio de nós”.

Fotos Geraldo Oliveira