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Traços de um futuro promissor

De Abaeté para o mundo, Mateus Zarte transforma lápis de cor em identidade e inspiração

Em um cantinho simples de Piteiras, zona rural de Abaeté, longe do ruído das grandes cidades e com acesso limitado à internet, um menino começou a desenhar com papel carbono e luz da janela. Mateus da Silva Costa, hoje conhecido como Mateus Zarte, teve seu primeiro contato com o desenho de forma quase intuitivo: copiava personagens de gibis e HQs, sem saber que estava formando as bases de uma carreira promissora.

Aos nove anos, com a chegada da internet em casa, começou a descobrir um novo mundo. Conheceu artistas independentes, viu tutoriais, aprendeu sobre técnicas, estilos e possibilidades.
O grande ponto de virada veio aos 13 anos, em plena pandemia, quando criou seu perfil nas redes sociais e passou a compartilhar seus trabalhos. “Ali tudo mudou. Descobri uma comunidade inteira de artistas, referências, aprendizados e apoio. Foi quando eu entendi que queria levar a arte a sério”, conta.

No início, sua família via com desconfiança a escolha de uma profissão artística, um caminho incerto, especialmente para quem vem do interior. Mas os resultados começaram a aparecer. O talento técnico foi ganhando forma, visibilidade e reconhecimento. Aos poucos, o apoio foi crescendo.

Mateus mergulhou no estudo de técnicas diversas: marcadores, aquarela, arte digital, canetas e especialmente lápis de cor, que se tornou sua principal ferramenta de expressão. Testou estilos como o realismo e o anime, mas algo ainda faltava. “Eu estava agradando esteticamente, mas sem dizer nada sobre mim. Estava reproduzindo fórmulas, sem identidade”, relembra.

Foi então que veio a virada mais importante: a busca por uma arte que fosse também um espelho. Hoje, o foco de Mateus está na ilustração autoral, aquela que carrega visão, história e propósito. Seus desenhos deixaram de ser apenas bonitos. Tornaram-se comunicativos, críticos e profundamente pessoais.

Além de ilustrador, Mateus é também educador. Compartilha sua experiência com outros jovens artistas por meio de cursos, aulas e conteúdos na internet. Fala sobre criatividade, produtividade e os bastidores da vida de quem vive de criar. Com apenas 18 anos, o aluno da Escola Estadual Dr. Edgardo da Cunha Pereira já inspira e guia outros que, como ele, querem fazer da arte um caminho legítimo. “Quero que minha arte tenha significado. Que fale sobre mim, sobre o mundo ao meu redor. E quero ajudar outras pessoas a encontrarem essa clareza também”, resume.

De um desenho contra a luz à busca por uma linguagem própria, Mateus Zarte segue trilhando um caminho de descobertas e amadurecimento artístico. Ainda no início da carreira, mas já com uma trajetória consistente, ele constrói, passo a passo, uma identidade que une técnica, autenticidade e propósito. E assim, seu trabalho já começa a ecoar, inspirando outros jovens criativos que, como ele, sonham em transformar arte em expressão de vida.

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