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O Preço da destruição: a urgência da preservação ambiental

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Maria Eni

Professora aposentada, presidente do MAP Cultural e integrante da ONG Águas de Abaeté.

Cada dia nossa cidade se torna mais quente, acompanhando uma tendência global preocupante: o aquecimento do planeta. Infelizmente, muitos ainda acreditam que ações locais têm impacto insignificante diante da imensidão da Terra. No entanto, foram justamente essas pequenas ações, repetidas ao longo do tempo e em diversos lugares, que nos trouxeram até a atual crise ambiental, marcada por queimadas descontroladas, chuvas imprevisíveis, temperaturas extremas e destruição da natureza em todas as suas formas.

Aqui, seguimos no mesmo rumo destrutivo, tanto no meio rural quanto no urbano – e, nos últimos anos, em um ritmo ainda mais acelerado. Quantas árvores foram suprimidas em nossa região e cidade recentemente? Quantas matas nativas deram lugar a monoculturas de eucalipto, loteamentos irregulares e destruição de nascentes? Ações locais têm, sim, impactos diretos nas mudanças climáticas globais.

É alarmante perceber como árvores são cortadas em quintais e calçadas sob justificativas superficiais, como “limpeza” ou “incômodo”. O processo, muitas vezes, começa discretamente, com a poda de um galho aqui e outro ali, até que, de repente, a árvore desaparece. Estamos seguindo na contramão do que seria correto e necessário para o bem-estar coletivo: aumentar a arborização para mitigar o calor crescente da cidade.

Mais grave ainda é a prática cruel e silenciosa que vem ganhando espaço: a injeção de produtos venenosos nos troncos das árvores, fazendo com que sequem lentamente até sua completa morte. Depois, o argumento é sempre o mesmo: a árvore precisa ser cortada porque morreu. Isso é um crime ambiental! Quem age dessa forma ignora que as árvores são essenciais à vida e sustentam uma complexa rede de seres vivos, da qual nós mesmos dependemos.

Cada árvore eliminada representa o colapso de um ecossistema interligado. Vivemos em uma teia da vida, onde um ser depende do outro. No entanto, por ganância, ignorância e, em muitos casos, pura maldade, continuamos promovendo a destruição desenfreada do que foi criado com perfeição e nos foi confiado para cuidar com responsabilidade e respeito.

Não há um planeta B. Já enfrentamos os impactos dessa degradação, e a situação tende a piorar se não mudarmos nossas atitudes com urgência. É preciso agir agora, proteger o que ainda temos e plantar mais árvores, em vez de destruí-las com a facilidade e a indiferença que se tornaram tão comuns. As consequências já estão à nossa volta, visíveis para aqueles que têm sensibilidade e consciência sobre a importância de cada ser vivo no equilíbrio da natureza.

4 thoughts on “O Preço da destruição: a urgência da preservação ambiental

  1. Ótimo texto da professora e ambientalista Maria Eni. Apesar dos pesares Abaeté está na vanguarda na defesa do meio ambiente com a criação e atuação da Associação Águas de Abaete. Ainda falta muita consciência da população e órgãos públicos em defesa do meio ambiente, principalmente da poluição das águas e do lixo sem tratamento.

  2. Muito importante o debate sobre o tema e a união da sociedade em busca de programas e projetos que possam ajudar as pessoas a contribuírem com melhores práticas. O primeiro passo é o conhecimento; o segundo a ação correta. Na área urbana, quais tipos de arvores são recomendadas? vamos ter um viveiro com essas espécies? Na área rural, como estamos recuperando áreas degradas? como cuidamos da nossa água? Vejo Abaeté com pessoas que estão fazendo a diferença, sugiro que sejam publicadas matérias que ressalte essa contribuição. O exemplo contagia! Parabéns Professsora Maria Eni por sua contribuição!

  3. A minha parte enquanto cidadão, eu fiz e incentivo todos a fazerem também . Nas obras da Copasa que foram feitas no canteiro central da avenida Dr. Guido, no bairro Simão da Cunha, infelizmente a ação deles ocasionaram a supressão de várias árvores já de porte médio,na época. Após finda as obras, eu mesmo comprei 5 mudas de Ipês nas corres roxa e branca e plantei novamente no local. Não esperem o setor público ou a empresas públicas estenderem a mão, pense globalmente e haja localmente. A cidade de Abaeté, o meio ambiente e a qualidade de vida, só tem a agradecer.

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